Ontem deitei a cabeça no travesseiro e pensei o que, no fim das contas, vale à pena nesta profissão tão desgastante? Afinal, perdemos horas de sono, ficamos muito tempo dentro de uma redação, tomamos sol na cabeça nas matérias de rua e chegamos ao fim de semana já pensando em pautas para sugerir.
Pensei e cheguei à conclusão de que nada paga uma entrevista com alguma celebridade. Não um atorzinho de novela global ou um político conhecido, mas corrupto. O que nos enche de orgulho é poder entrevistar quem admiramos. Posso ficar feliz quando penso que já fiz entrevistas exclusivas com Barbosa Lima Sobrinho e Frei Betto e já participei de coletivas com o Prêmio Nobel de Literatura José Saramago e com o atual ministro da Educação Cristóvam Buarque. Outras alegrias da carreira foram assistir a um discurso de Fidel Castro na Uerj e falar rapidamente com a presidente da Associação das Mães da Praça de Maio, Hebe Bonafini. A minha grande frustração foi não ter conseguido entrevistar Betinho. Tive inúmeras oportunidades de fazê-lo antes dele morrer, mas foram desencontros e mais desencontros.
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