(por Carolina Bessa)
O escritor e jornalista Arthur Dapieve publicou hoje um artigo chamado "A nostalgia da utopia", em que fala das boas lembranças do seu breve passado comunista.
Aliás, vivem dizendo que eu sou vermelha até o último fio de cabelo, que defendo Fidel Castro e idolatro Che. Até que gostaria de ser realmente comunista, mas para mim, isso é algo tão nobre que sou incapaz de alcançar.
Ser comunista não é participar de passeata e ficar gritando "fora FMI". É saber abrir mão do que é seu para doar ao outro, pensar no coletivo sem ter medo de sair perdendo de alguma forma.
Comunista era Jesus Cristo, que abriu mão da própria vida para nos salvar. Se deixou crucificar para que a humanidade encontrasse o seu caminho.
Foi Buda, que deixou um palácio e riquezas para trás e foi andar no meio do povo.
Foi Che Guevara, que saiu do conforto de sua casa em Córdoba, para participar de três revoluções. Não contente em ter saído vitorioso do movimento cubano, abriu mão do Ministério das Relações Exteriores para lutar ao lado dos africanos no Congo.
Foi também Betinho, que mesmo com Aids, encontrava forças para lutar contra outro mal, a fome.
Quem dera eu fosse comunista, quem dera se, em vez de comprar apenas bala no sinal para ajudar o aleijado ou dar um trocado para o menino de rua, eu pudesse fazer parte de algo maior. Quem dera!
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