terça-feira, novembro 08, 2005

Síndrome de Forrest Gump

Eu sou alguém que acha que a vida só vale a pena se há histórias para contar. Se você passa pela vida sem sobressaltos, sem loucuras, sem amores, sem decepções, não viveu. Por isso, adoro uma coisa fora de hora, uma maluquice que saia da rotina. Talvez para ter o prazer de contar depois.
Ultimamente tenho achado que não acontece nada comigo. E fico decepcionada, aguardando algum fato realmente palpitante. Mas basta cinco minutos de conversa com um novo amigo ou alguém que não se vê há tempos, que eu percebo o quanto caminhei para chegar até aqui.
E basta recorrer à memória para lembrar que eu e amigos já passamos uma noite na praia conversando com crianças de rua, que fomos ao Sheraton só escovar os dentes, que fiquei mais de 20h em um ônibus para a Bahia só para conhecer o irmão da noiva, que brincamos de pique-alto no meio do hall da faculdade (todos com mais de 18 anos) e que fui até o trabalho de um certo paquera, pedi para chamá-lo e fugi no primeiro elevador. Ah, quanta coisa, né?
E é preciso manter este espírito. Não é o peso da fase adulta que deve tirar as gaiatices do dia-a-dia. É preciso reaprender todas as horas a ser criança e também uma mocinha sonhadora.

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