Um pouco de Che
O trecho abaixo é de um discurso de Che Guevara em 1964. Bonito, comovente e encorajador. Pena que o rumo da história foi outro:
"A hora da reivindicação, a hora que ela mesma for eleita, vão apontá-la com precisão também de um extremo ao outro do continente. Agora esta massa anônima, esta América de cor, sombria, taciturna, que canta em todo o continente com a mesma tristeza e desesperança, agora esta massa é a que começa a entrar definitivamente na sua própria história, começa a escrever com seu sangue, começa a sofrer e morrer, porque agora os campos e montanhas da América, pelas faldas de suas sessra, pela planície e suas selvas, entra a solidão ou o tráfego das cidades, nas costas dos grandes mares e rios, começa a estremecer este mundo cheio de corações com os punhos quentes de desejos de morrer pelos seus, de conqusitar seus direitos quase 500 anos burlados por uns e por outros. Agora sim a história terá que contar com os pobres da América, com os explorados e vilipendiados, que decidiram começar a escrever eles mesmos, para sempre, sua história. Já é possível vê-los nos caminhos um dia e outro, a pé, em marchas sem término de centenas de quilômetros, para encher até os "olimpos" governantes e reclamar seus direitos. Já se vê, armados de pedras, paus, de machados, de um lado a outro, cada dia, ocupando terras, fincando suas enxadas nas terras que lhes pertencem e defendendo-as com suas vidas, já se vê, levando seus cartazes, suas bandeiras, fazendo-as corer no vento, por entre montraslhas ou ao largo das planícies. E esta onda de estremecido rancor, de justiça reclamada, de direito pisoteado, começa a se levantar por estas terras da América Latina e esta onda não pára mais. Esta onda irá crescer a cada dia. Porque está se formando, com a maioria em todos os aspectos, com os que acumulam com seu trabalho as riquezas, criam os valores, fazem andar as rodas da história e agora despertam do sono embrutecedor a que lhes submeteram."
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