A estrela se apaga
Quem me conhece sabe que fui criada no meio de comícios do PT. Era só chegar perto de eleição que lá estava eu com meus pais em passeatas, carreatas, abraços à Lagoa. Tudo em nome de um futuro melhor para o país. Era a esperança que despontava, mas que se esmaecia após a contagem de votos. Nada de presidente, nada de governador, tampouco prefeito. Eram eleitos alguns deputados e vereadores. Senador, nem pensar. Sempre se dizia que o Senado era a casa mais conservadora que existia. Mas esperávamos, reuníamos força para torcer novamente.
Hoje o PT está no governo e se degladia, faz alianças, usa dos mesmos meios obscuros para se segurar no poder. O presidente Lula tenta uma reeleição, os deputados querem renovar mandatos. E finalmente, depois de tão rejeitado pelo próprio partido, Vladimir Palmeira tenta chegar ao governo do Estado do Rio. No sábado, lá estava ele, com outras figurinhas fáceis petistas procurando eleitores na Praia de Copacabana. Não consegui ver aquilo como antes, com empolgação. Não tive vontade de seguir a pequena passeata, nem parar para ouvir o discurso. Agora a estrela ainda pode ser vista no céu, só que já morreu e ainda não sabe.
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