sexta-feira, janeiro 09, 2009

Maysa como terapia

A minissérie de Jayme Monjardim está maravilhosa. Sem retoques. A história é interessante e bem contada. Na verdade, uma verdadeira terapia para o diretor, como ele mesmo chegou a dizer na mídia. Aliás, o pai dele, André Mattarazzo, serve como alter-ego de Jayme. Pelo menos me dá esta impressão. Quando o cara chega para Maysa, sua ex-mulher, fazendo cobranças sobre sua ausência na vida do filho e tirando satisfações é como se eu ouvisse Monjardim fazer o apelo à mãe para que olhasse por ele, que tivesse um tempo para ser mãe, que ouvisse seus choros à noite. E, ao mesmo tempo, ela rebate, se defende, colocando-se no seu lugar de mito, de uma verdadeira estrela. É o contraponto. Acho que estes dois lados estão na cabeça do filho-diretor: a mãe ausente e a cantora a quem admira. E os dois lados vivem brigando entre si, querendo se impor, tentando se ajustar no coração de Monjardim.

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