Terminei de ler Filha, mãe, avó e puta, biografia de Gabriela Leite, ex-prostituta e criadora da Daspu. A narrativa é envolvente e a gente encontra lá uma nova visão sobre o mundo da prostituição. Afinal, a autora do livro não se coloca como vítima do destino, ou seja, como alguém que optou por esta vida porque não tinha outra saída. Ela era estudante de sociologia da USP e resolveu ser puta por conta própria, atrás de uma vida com mais liberdade.
É interessante como Gabriela não se lamenta, não se arrepende e não culpa ninguém por sua escolha. Ela usou sua trajetória da melhor maneira possível, defendendo os direitos da sua classe e mostrando à sociedade que trata-se de uma profissão, que merece respeito como todas as outras e, que ninguém deve ser penalizado, discriminado ou apedrejado por isso.
Aliás, é um livro para romper aqueles preconceitos que temos lá no nosso íntimo. Principalmente, nós, mulheres, que, muitas vezes, encaramos as prostitutas como mulheres de menos categoria. Seria, inclusive, um texto obrigatório para certos meninos que andam espancando mulheres por aí e justificando: "pensei que fosse uma prostituta", como se houvesse alguma justificativa para espancar qualquer ser humano.
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