quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Lost e os livros

Lost tem várias referências literárias. Principalmente, porque Sawyer, quando não está perturbando os outros, está lendo com seus óculos improvisados.
Pois bem, encontrei no site O Livreiro de O Globo um texto escrito pela jornalista Cláudia Croitor, editora do Ego e dona do site Legendado. Vale a pena conferir:

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"Tá bom, eu confesso. Eu li O terceiro tira só porque o livro de Flann O’Brien apareceu numa cena de uns dois segundos (é, segundos!) em um episódio de Lost. E também lá fui eu providenciar um exemplar de O senhor das moscas só porque o Sawyer estava lendo – e, ok, porque é considerado um dos livros que inspirou a série, esse de um jeito bem mais óbvio.
De James Joyce a Lewis Carroll, de Gilgamesh a Stephen Hawkins, Lost é permeado de referências literárias e um prato cheio para os fãs que tentam descobrir pistas para os mistérios da série nas linhas e entrelinhas dos livros. Ou para quem simplesmente adora ler, como eu. Ou como o Sawyer.
Pelas mãos do personagem passaram boa parte dos livros citados na série, e alguns foram parar na minha estante só por influência do golpista bonitão – ele já apareceu lendo Agatha Christie, irmãos Grimm, John Steinbeck, Adolfo Bioy Casares (seu A invenção de Morel é outro que tem muito em comum com Lost, aliás)…
Sawyer leu até os manuscritos de um autor que morreu no desastre do voo 815 e teve seu livro, digamos, póstumo lançado no mundo real e indo parar na lista dos mais vendidos do New York Times. O livro é Bad Twin, escrito por Gary Troup (na verdade foi escrito por Laurence Shames, autor real, mas não importa).
Gary Troup eu não li, mas foi Lost quem me deu uma vontade enorme de ler Charles Dickens, autor preferido de Desmond, que emprestou um título seu para virar nome de barco (Our mutual friend, o barco de Des e Penny) e até de episódio – A tale of two cities, da terceira temporada.
Dickens não? Que tal Stephen King? No dia em que o voo 815 caiu na ilha, o clube do livro na vila dos Outros estava justamente discutindo Carrie. Ben, aliás, adora o autor. The Dark Tower, dizem, estava na sua mesa de cabeceira quando ele se recuperava da cirurgia feita por Jack. Antes disso, quando ainda estava preso na estação Cisne, fingindo ser Henry Gale, pediu algum livro de King em vez do Os irmãos Karamazov que Locke ofereceu. E uma página do livro de Dostoievski acabou servindo de rascunho para Ben desenhar o mapa até o balão…
Até livro em português a gente viu na ilha (e lá fui eu comprar, mais um). Ardil 22, assim mesmo, traduzido, estava nas coisas de Naomi quando ela chegou à ilha de paraquedas. O episódio em questão se chamou Catch 22, inspirado no título original do livro.
C.S. Lewis, Flannery O’Connor, Philip K. Dick, Henry James, Julio Verne, a lista é enorme. Então já sabe. Para curar a ressaca do fim de Lost, que termina em maio, a gente se interna numa biblioteca. Afinal, vai-se a série, ficam os livros."

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