Chile querido

Estou consternada com a tragédia que se abateu sobre o Chile. Um terremoto de enormes proporções (magnitude 8.8), devastou Santiago e várias cidades, uma delas Concepción. As notícias me deixaram bastante penalizada, já que visitei o país uma vez e posso dizer que o amei incondicionalmente. Estive em Santiago, Valparaíso, Viña del Mar, Puerto Varas e Peulla. Aquele filetinho de país tem muitas belezas, sem dúvida, a vista da Cordilheira dos Andes é uma das maiores. Além disso, por ter sido o segundo país mais poluído do mundo, resolveu dar uma reviravolta para melhorar a qualidade do seu ar. E, por isso, a capital Santiago é a coisa mais linda, de tão florida. Sem contar também os Lagos Andinos, que cruzam o Chile e chegam até a Argentina, além dos vulcões, que estão em toda a parte. A visão das gaivotas sobre os barcos é sensacional. Foi extremamente marcante também visitar o museu de Viña del Mar e ver aquelas figuras gigantes de pedra da Ilha de Páscoa.
Apaixonei-me pelo Chile simplesmente porque gosto da sua história (o único país que elegeu democraticamente um presidente socialista, Salvador Allende), da sua cultura (adoro romances de Isabel Allende, por acaso, prima-sobrinha do tal presidente e sou uma fã incondicional do poeta Pablo Neruda), da sua culinária (o melhor salmão que já comi em todos os tempos) e, principalmente, porque o povo é educadíssimo.
Entretanto, não é só de maravilhas que é feito o país. É possível ver a pobreza em alguns lugares, principalmente porque há uma enormidade de peruanos nas praças chilenas à procura de emprego. Outra coisa que chama a atenção e é falada pelos guias turísticos é a carência de uma arquitetura antiga. Isso se dá em função desta tradição em terremotos. Os prédios de séculos passados já foram ao chão em alguns destes tremores que afligem constantemente o Chile. Em uma das cidades que visitei, acho que Valparaíso, encontrei a carcaça de um prédio do século XIX e, por dentro, um prédio espelhado, contemporâneo. Chega a ser curioso.
Enfim, não dá para esquecer um país assim. Diante deste terremoto, só torço para que o país volte à normalidade e consiga superar bem esta tragédia. Que os 700 mortos estejam descansando em um lugar tão bonito quanto e que, principalmente, as famílias possam se recompor. Que um dia eu retorne ao Chile, desta vez levando meu marido. Porque além de tudo isso, é um lugar para lá de romântico.

((fonte: impactonatural.com.br)