Fui passear com a Brenda pelas ruas do bairro, como todos os dias. Ao chegar perto da igrejinha me deparei com um cachorro preso com uma coleira nas grades e uns três homens em volta. Eles diziam que o bichinho tinha sido abandonado e uma mulher pobre, pelo que eu entendi, moradora de rua, tinha adotado. Entretanto, um deles dizia que ela não tinha condições de ficar com o animalzinho, que logo soube era uma fêmea. Parecia um shin-tzu, mas tinha o pelo crespo, como de um poodle.
A tal mulher estava jantando na padaria, enquanto conversávamos e um dos homens dizia que ela daria a cadelinha a quem pudesse cuidar dela. Imediatamente, meu coração amoleceu e eu pensei: "por que não? Onde come um, comem dois". Liguei para o meu marido e ele concordou, só me aconselhando que eu levasse a bichinha para o veterinário, já que ela poderia ter pulgas e carrapatos e infestar a Brenda. Meu coração batia forte enquanto eu esperava a tal mulher. Passou um filme pela minha cabeça. As duas bichinhas correndo pela casa, pulando na cama, me dando muitas lambidas. Mas, de repente, tudo acabou. Assim que a mulher apareceu, o cara foi pegando o cachorro e ela disse: "é meu".
Nem cheguei a falar com ela. Afinal de contas, a gente não sabe os limites do amor. Ela encontrou a cadelinha ontem e, provavelmente, já está tomada de amores pela pequena. Mesmo sendo pobre, pode ser que possa dar uma vida digna e amorosa, afinal de contas a bichinha foi abandonada na rua e agora tem uma nova dona. Que elas sejam felizes!
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