Oscar Niemeyer morreu hoje, aos 104 anos, depois de uma vida intensa de realizações. Foi responsável por grandes projetos arquitetônicos e também conhecido por ser um comunista ferrenho.
Eu o conheci quando fui fazer uma matéria sobre a invasão da reitoria da UFRJ por estudantes que não concordavam com a posse do reitor José Henrique Vilhena. Alegavam que a eleição tinha sido fraudada. Isso lá pelos anos de 2000 ou 2001, para o jornal Folha Dirigida.
Pois bem, estavam ocupando o salão Minerva da reitoria, na Ilha do Fundão, quando Niemeyer chegou para dar-lhes apoio. Ele conversou com a imprensa, eu estava entre os repórteres, e depois foi falar com os líderes do movimento. Na época, já andava devagar, com uma respiração ofegante de quem fuma. Mas aquela figura me impressionou. Ele sempre estava à frente de movimentos de esquerda e não economizava palavras para falar que era comunista, numa época em que a URSS não existia mais e que Cuba estava isolada no mapa dos países vermelhos.
Ser jornalista nos dá este imenso prazer de conhecer, mesmo que rapidamente, pessoas que admiramos. Orgulho grande desta profissão!
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