Não posso, nem quero esquecê-lo. Primeiro, porque sou feita do mesmo material que ele. Se não fosse a sua existência, eu jamais viria a este mundo. Segundo, porque ele é minha inspiração para viver, minha referência. Quando não sei que caminho seguir, penso no que me aconselharia ou que decisão tomaria. Era uma pessoa ética, íntegra, honesta no último grau. E ter uma formação assim não é para qualquer um. É preciso coragem para se manter firme nos seus valores, quando o mundo é feito de espertões, ou trapalhões, como ele se referia às pessoas que gostam de se aproveitar dos outros.
Não consigo esquecê-lo, porque ele habita a minha casa. Está nas fotos, nos vídeos e nas flores. Não sei porquê, mas tenho uma orquídea que teima em florir em junho, mês do seu aniversário. Sua afeição pelos animais também foi transmitida ao meu DNA. Hoje, meu amor pela Brenda é infinito e sinto o mesmo por outros bichos que encontro, algo que não me acontecia anos atrás.
Não devo esquecê-lo, porque é contando suas memórias que torno meu marido, que não o conheceu, e os filhos ainda não existentes próximos a ele. É uma forma de apresentá-los à uma figura central na minha vida e por quem morro de amores todos os dias. Ainda choro porque não me acostumei com a ausência da matéria, mas felizmente me acomodei com a presença do espírito, das ideias e da lembrança. Querido avô, feliz aniversário!
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