A retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos é uma das mais importantes notícias deste ano, sem dúvida, embora permaneça o embargo à ilha.
Tive oportunidade de conhecer um pouquinho de ambos. Em Cuba, a sensação esquisita de ter feito uma viagem no tempo e ter desembarcado nos anos 50. Na Flórida, a volta foi à minha infância em meio a princesas, ratos, jedis.
Em Cuba fui muito mal atendida pelos funcionários dos hotéis. Pareciam funcionários públicos insatisfeitos e desestimulados (E realmente são. Quem paga seus salários é o governo e não as redes hoteleiras espanholas e canadenses, que têm permissão para estar na ilha).
Na viagem aos EUA, a única pessoa que me tratou com deselegância foi um funcionário da América Airlines. E no fim, descobri que era brasileiro.
Em Cuba, fomos quase coagidos a oferecer almoço para dois estudantes universitários (se realmente eram). Nos Estados Unidos ninguém nos importunou.
Em Cuba quase todo mundo tentava nos arrancar dólares e fomos xingados por um cara que vendia o Granma (jornal oficial) porque pagamos em pesos cubanos e não nos convertibles (que são equiparados ao dólar). Nos Estados Unidos, fomos seduzidos a deixar nossos dólares com a promessa de comprar produtos de marcas inacessíveis no Brasil para a grande classe média. Fomos picados pelo consumismo exagerado e desenfreado.
Mas isso significa que Cuba é péssima e Os Estados Unidos o país dos sonhos? Claro que não. Seria muito reducionista analisar o mundo olhando só pela minha rápida vivência.
Além disso, ambas experiências foram maravilhosas. Conhecer a história de Fidel e seus homens in loco, estar mais perto de Che Guevara e aprender a admirar Camillo Cienfuegos foi incrível. Além de ter ido na praia mais paradisíaca que conheci, em Varadero.
Por outro lado, rir e me divertir em Orlando e Miami foi igualmente inesquecível. Acenei para o Pateta, que me retribuiu o gesto; gritei na montanha-russa e visitei o Castelo de Hogwarts.
Hoje não sou mais tão comunista e também não sou pró-capitalismo selvagem.
Cuba tem saúde de qualidade, gente batalhadora, ritmos musicais que percorrem o mundo. Os Estados Unidos é um país avançado em muitos ramos.
Nada é tão claro e estereotipado como parece. Cuba é uma Ditadura, mas tem um sistema universitário altamente democrático em que alunos, professores e funcionários discutem e decidem os rumos da instituição.
Estados Unidos é uma democracia, mas foi responsável pela implantação de ditaduras de direita sangüinárias em toda América Latina.
Cuba matou opositores do regime, mas Estados Unidos matou inocentes no Afeganistão, Iraque e ajudou a financiar guerras pelo mundo afora.
Cuba está melhor com o irmão Castro bonzinho. Pelo menos é o que a irmã exilada nos Estados Unidos acha. E Obama, embora não seja esta Coca-cola toda, está anos-luz na frente dos Bush em termos de política externa e também em lições de humanidade.
No fim, nada é preto no branco. Mas que se deu um grande passo com a aproximação, não há dúvidas. Agora falta o fim do embargo econômico para completar e vamos ver no que dá.
Viva Che Guevara. Viva Martin Luther King.
Em Cuba fui muito mal atendida pelos funcionários dos hotéis. Pareciam funcionários públicos insatisfeitos e desestimulados (E realmente são. Quem paga seus salários é o governo e não as redes hoteleiras espanholas e canadenses, que têm permissão para estar na ilha).
Na viagem aos EUA, a única pessoa que me tratou com deselegância foi um funcionário da América Airlines. E no fim, descobri que era brasileiro.
Em Cuba, fomos quase coagidos a oferecer almoço para dois estudantes universitários (se realmente eram). Nos Estados Unidos ninguém nos importunou.
Em Cuba quase todo mundo tentava nos arrancar dólares e fomos xingados por um cara que vendia o Granma (jornal oficial) porque pagamos em pesos cubanos e não nos convertibles (que são equiparados ao dólar). Nos Estados Unidos, fomos seduzidos a deixar nossos dólares com a promessa de comprar produtos de marcas inacessíveis no Brasil para a grande classe média. Fomos picados pelo consumismo exagerado e desenfreado.
Mas isso significa que Cuba é péssima e Os Estados Unidos o país dos sonhos? Claro que não. Seria muito reducionista analisar o mundo olhando só pela minha rápida vivência.
Além disso, ambas experiências foram maravilhosas. Conhecer a história de Fidel e seus homens in loco, estar mais perto de Che Guevara e aprender a admirar Camillo Cienfuegos foi incrível. Além de ter ido na praia mais paradisíaca que conheci, em Varadero.
Por outro lado, rir e me divertir em Orlando e Miami foi igualmente inesquecível. Acenei para o Pateta, que me retribuiu o gesto; gritei na montanha-russa e visitei o Castelo de Hogwarts.
Hoje não sou mais tão comunista e também não sou pró-capitalismo selvagem.
Cuba tem saúde de qualidade, gente batalhadora, ritmos musicais que percorrem o mundo. Os Estados Unidos é um país avançado em muitos ramos.
Nada é tão claro e estereotipado como parece. Cuba é uma Ditadura, mas tem um sistema universitário altamente democrático em que alunos, professores e funcionários discutem e decidem os rumos da instituição.
Estados Unidos é uma democracia, mas foi responsável pela implantação de ditaduras de direita sangüinárias em toda América Latina.
Cuba matou opositores do regime, mas Estados Unidos matou inocentes no Afeganistão, Iraque e ajudou a financiar guerras pelo mundo afora.
Cuba está melhor com o irmão Castro bonzinho. Pelo menos é o que a irmã exilada nos Estados Unidos acha. E Obama, embora não seja esta Coca-cola toda, está anos-luz na frente dos Bush em termos de política externa e também em lições de humanidade.
No fim, nada é preto no branco. Mas que se deu um grande passo com a aproximação, não há dúvidas. Agora falta o fim do embargo econômico para completar e vamos ver no que dá.
Viva Che Guevara. Viva Martin Luther King.
Nenhum comentário:
Postar um comentário