Deu hoje, na coluna do Ancelmo Gois, que os seguranças que cuidam da antiga sede da Manchete juram que o prédio, na Glória, é mal-assombrado. Um deles conta que encontrou fora do lugar um quadro com o rosto de Adolpho Bloch. Ficou com medo do olhar do fundador do antigo império jornalístico no retrato.
O antigo prédio do jornal dos Sports, na Rua Tenente Possolo, que foi demolida, também tinha essa fama. Quando trabalhei lá, vários colegas diziam que quem visitasse o arquivo durante à noite escutava a porta bater sozinha e ficava trancado lá dentro. Lenda urbana, claro!
Um blog para falar sobre política, viagem, cinema, séries, notícias e muito outros assuntos interessantes...ou não.
quinta-feira, janeiro 27, 2011
terça-feira, janeiro 18, 2011
Adoção de cães na Região Serrana
Depois das tragédias na Região Serrana, fica difícil continuar a série Vida de Repórter, que eu estava fazendo. Agora, o mais importante é tentar ajudar as pessoas e animais da região, de alguma forma.
Com este intuito, acabei de ligar para a Maria Elizabeth (Bebete), da ONG Estimação. Ela está em Teresópolis, em um galpão improvisado, cuidando de cerca de 250 cães que foram resgatados após as chuvas que devastaram a cidade. Ao falar ao telefone, percebi o desespero dela, que pediu um socorro para quem estiver disposto a adotar um animalzinho de estimação.
Segundo Maria Elizabeth, é importante que as pessoas façam doações de alimentos e outros produtos, mas o melhor seria que adotassem os bichinhos. Muitos foram resgatados perto do corpo de seus donos e não tem mais para onde ir. O galpão está situado à Rua Caramuru, nº 200 – bairro Meudon, Teresópolis. O telefone da Elizabeth é 8790-7772.
Quem não puder abrigar um animalzinho pode doar ração, jornal, água mineral, vermífugo, gaze e outros medicamentos.
Se alguém for subir a serra, por favor entre em contato para que outras pessoas possam mandar doações por esse comboio. É só deixar mensagem neste post, que eu encaminho.
Com este intuito, acabei de ligar para a Maria Elizabeth (Bebete), da ONG Estimação. Ela está em Teresópolis, em um galpão improvisado, cuidando de cerca de 250 cães que foram resgatados após as chuvas que devastaram a cidade. Ao falar ao telefone, percebi o desespero dela, que pediu um socorro para quem estiver disposto a adotar um animalzinho de estimação.
Segundo Maria Elizabeth, é importante que as pessoas façam doações de alimentos e outros produtos, mas o melhor seria que adotassem os bichinhos. Muitos foram resgatados perto do corpo de seus donos e não tem mais para onde ir. O galpão está situado à Rua Caramuru, nº 200 – bairro Meudon, Teresópolis. O telefone da Elizabeth é 8790-7772.
Quem não puder abrigar um animalzinho pode doar ração, jornal, água mineral, vermífugo, gaze e outros medicamentos.
Se alguém for subir a serra, por favor entre em contato para que outras pessoas possam mandar doações por esse comboio. É só deixar mensagem neste post, que eu encaminho.
terça-feira, janeiro 11, 2011
Vida de repórter: No Fashion Rio
Estive por duas vezes no Fashion Business, setor de negócios do Fashion Rio, o maior evento de moda da cidade. Eu fazia cobertura de economia e buscava saber como seria o crescimento da confecção e os empregos gerados por conta desta demanda.
Uma das coisas de que mais me lembro foi da abertura do evento pela então governadora Rosinha Garotinho. Ela compareceu ao Fashion Rio com um sapato que tinha uma pedrinha na sola. Era uma pedra preciosa, não lembro qual agora. Aliás, foi o comentário do dia na imprensa, já que dava até para fazer o trocadilho: "a pedra no sapato da governadora".
Eu circulei por vários estandes em busca de informações, conheci vários projetos interessantes de ONGs que atuavam no segmento com incentivos governamentais, criando roupas com materiais como fuxico, crochê e outros.
Aliás, eu amava também os brindes que trazíamos de lá. Eram bolsas e acessórios muito fofos! Bons tempos, bons tempos....
O meu único arrependimento foi não assistir a nenhum desfile. Eu cheguei a ganhar ingressos, mas como era no horário de folga, acaba desistindo. Uma pena!
Uma das coisas de que mais me lembro foi da abertura do evento pela então governadora Rosinha Garotinho. Ela compareceu ao Fashion Rio com um sapato que tinha uma pedrinha na sola. Era uma pedra preciosa, não lembro qual agora. Aliás, foi o comentário do dia na imprensa, já que dava até para fazer o trocadilho: "a pedra no sapato da governadora".
Eu circulei por vários estandes em busca de informações, conheci vários projetos interessantes de ONGs que atuavam no segmento com incentivos governamentais, criando roupas com materiais como fuxico, crochê e outros.
Aliás, eu amava também os brindes que trazíamos de lá. Eram bolsas e acessórios muito fofos! Bons tempos, bons tempos....
O meu único arrependimento foi não assistir a nenhum desfile. Eu cheguei a ganhar ingressos, mas como era no horário de folga, acaba desistindo. Uma pena!
sábado, janeiro 08, 2011
Vida de repórter: encontro com o Beijoqueiro
O Rio de Janeiro não é feito só de atores globais e Ex-BBBs, mas de figuras populares que se tornaram conhecidas no vai e vem cotidiano desta bela e caótica cidade, entre eles, o Profeta Gentileza, o gari Renato Sorriso e o fotógrafo da Lapa, por exemplo.
Mas muitos devem se lembrar do Beijoqueiro, agora um pouco desaparecido, mas que já foi o terror de muita gente famosa. José Alves de Moura foi batizado assim pela imprensa, pelo hábito de aparecer em eventos beijando celebridades. Quem viveu na Cidade Maravilhosa nas duas últimas décadas deve ter esbarrado com ele pelas ruas.
Trabalhando como repórter, tive a chance de encontrá-lo duas vezes e confesso, morri de medo de chegar muito perto, com medo de ele me beijar. Bom, eu não deveria temer tanto, afinal ele só beijava pessoas da estirpe de Frank Sinatra, Roberto Carlos, Garrincha e, conseguindo driblar a segurança, chegou até João Paulo II, tascando-lhe uma bitoca nos pés.
Bom, voltando às minhas histórias, estive frente a frente com a figuraça na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na época, fui a um evento no qual estava o então governador de Minas, Itamar Franco, que havia declarado moratória, para não pagar a dívida com o Governo Federal. Uma briguinha entre ele e o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Todos os repórteres tentavam falar com Itamar, se acotovelando, se empurrando, câmeras batendo em nossas cabeças, enfim, aquelas confusões típicas de aglomeração da imprensa.
Bem, no meio daquele oba-oba, eis que surge o beijoqueiro, que, rápido e eficiente tasca um beijo no rosto de Itamar. Depois disso, o então governador de MG correu e entrou no carro. Conclusão: a imprensa ficou a ver navios.
Meu segundo encontro com o Beijoqueiro foi em uma passeata estudantil. Ele resolveu acompanhar o protesto e tentava, vez ou outra, distribuir umas bitocas nos líderes do movimento. Foi justamente nesta ocasião que resolvi sair de fininho, antes que sobrasse para mim. Não posso negar, o cara era realmente uma figura inusitada.
Sua última aparição noticiada foi em 7 de março de 2008, no Complexo do Alemão. Ele estava no meio da platéia de 7 mil pessoas que acompanhou o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC) feito pelo então presidente Lula, a atual presidente Dilma Roussef e o governador Sérgio Cabral. Do palanque Lula soube da presença do Beijoqueiro e em seu pronunciamento se referiu a ele, brincando: "Ô, beijoqueiro, depois o Sérgio Cabral vai aí te dar uma beijo."
O Beijoqueiro ainda pode ser visto pelas ruas do Rio. Alguns dizem que ele está maluco, pois pede pessoas em casamento, oferecendo muito dinheiro.
Mas muitos devem se lembrar do Beijoqueiro, agora um pouco desaparecido, mas que já foi o terror de muita gente famosa. José Alves de Moura foi batizado assim pela imprensa, pelo hábito de aparecer em eventos beijando celebridades. Quem viveu na Cidade Maravilhosa nas duas últimas décadas deve ter esbarrado com ele pelas ruas.
Trabalhando como repórter, tive a chance de encontrá-lo duas vezes e confesso, morri de medo de chegar muito perto, com medo de ele me beijar. Bom, eu não deveria temer tanto, afinal ele só beijava pessoas da estirpe de Frank Sinatra, Roberto Carlos, Garrincha e, conseguindo driblar a segurança, chegou até João Paulo II, tascando-lhe uma bitoca nos pés.
Bom, voltando às minhas histórias, estive frente a frente com a figuraça na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na época, fui a um evento no qual estava o então governador de Minas, Itamar Franco, que havia declarado moratória, para não pagar a dívida com o Governo Federal. Uma briguinha entre ele e o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Todos os repórteres tentavam falar com Itamar, se acotovelando, se empurrando, câmeras batendo em nossas cabeças, enfim, aquelas confusões típicas de aglomeração da imprensa.
Bem, no meio daquele oba-oba, eis que surge o beijoqueiro, que, rápido e eficiente tasca um beijo no rosto de Itamar. Depois disso, o então governador de MG correu e entrou no carro. Conclusão: a imprensa ficou a ver navios.
Meu segundo encontro com o Beijoqueiro foi em uma passeata estudantil. Ele resolveu acompanhar o protesto e tentava, vez ou outra, distribuir umas bitocas nos líderes do movimento. Foi justamente nesta ocasião que resolvi sair de fininho, antes que sobrasse para mim. Não posso negar, o cara era realmente uma figura inusitada.
Sua última aparição noticiada foi em 7 de março de 2008, no Complexo do Alemão. Ele estava no meio da platéia de 7 mil pessoas que acompanhou o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC) feito pelo então presidente Lula, a atual presidente Dilma Roussef e o governador Sérgio Cabral. Do palanque Lula soube da presença do Beijoqueiro e em seu pronunciamento se referiu a ele, brincando: "Ô, beijoqueiro, depois o Sérgio Cabral vai aí te dar uma beijo."
O Beijoqueiro ainda pode ser visto pelas ruas do Rio. Alguns dizem que ele está maluco, pois pede pessoas em casamento, oferecendo muito dinheiro.
sexta-feira, janeiro 07, 2011
Vida de repórter: conhecendo um haras
Café moído na hora, queijo minas caseiro, uma mesa de fazenda e passeio de charrete. Aproveitei tudo isso no dia em que conheci um haras. Fui fazer uma matéria no rancho Verão Vermelho, agora não me recordo sobre que assunto. Na época trabalhava na editoria de economia, mas confesso que não sei o motivo que me levou até lá.
Segundo o proprietário do local, o haras alugava animais para as novelas da Globo. Os cavalos de América, da Glória Perez, eram de lá e alguns atores constumavam frequentar o local para treinar a cavalgada para as cenas. Vi fotos deles por lá. No haras também estava estacionada uma espécie de charrete usada na minissérie Mad Maria.
Nunca tinha visitado um haras, porque no Rio de Janeiro não é algo assim tão comum. O clima foi ótimo e o dono do haras, para lá de simpático, queria nos oferecer um feijãozinho especial, daqueles com gostinho de interior. Uma pena, não pude ficar para o almoço, mas tive a oportunidade de experimentar um café moído e passado na hora e uma fatia de queijo minas fresquinho, tudo com gostinho de interior. Saí correndo, infelizmente, porque a profissão me chamava para outra pauta. Provavelmente não tão agradável como aquela...
Segundo o proprietário do local, o haras alugava animais para as novelas da Globo. Os cavalos de América, da Glória Perez, eram de lá e alguns atores constumavam frequentar o local para treinar a cavalgada para as cenas. Vi fotos deles por lá. No haras também estava estacionada uma espécie de charrete usada na minissérie Mad Maria.
Nunca tinha visitado um haras, porque no Rio de Janeiro não é algo assim tão comum. O clima foi ótimo e o dono do haras, para lá de simpático, queria nos oferecer um feijãozinho especial, daqueles com gostinho de interior. Uma pena, não pude ficar para o almoço, mas tive a oportunidade de experimentar um café moído e passado na hora e uma fatia de queijo minas fresquinho, tudo com gostinho de interior. Saí correndo, infelizmente, porque a profissão me chamava para outra pauta. Provavelmente não tão agradável como aquela...
quinta-feira, janeiro 06, 2011
Vida de repórter: uma rebelião de presos
Uma rebelião de presos é sempre algo tenso e difícil. Sempre tinha acompanhado situações assim pela TV, mas em 2004 acabei indo fazer a cobertura de uma. Foi em uma então recém-inaugurada Casa de Custódia, que, na época, abrigava cerca de 900 detentos à espera de julgamento. O cenário era de descontrole. Presos haviam quebrado as paredes da Casa de Custódia e pelos buracos feitos no concreto exibiam, para quem estava do lado de fora, revólveres, celulares, facas. Autoridades já tinham começado a negociar e eles mantinham agentes carcerários como reféns.
Cheguei no local às 9h e lá já estavam dezenas de mulheres: esposas, irmãs,namoradas e mães dos acusados. Como era o segundo dia de rebelião, muitas tinham passado a noite em uma pracinha em frente ao presídio à espera de notícias.
O que mais me impressionou foi o poder de comunicação dos que estavam amotinados na casa de custódia com seus familiares. As mulheres gritavam do lado de fora e eles respondiam lá de dentro. Como pode? Nunca pensei que isso fosse possível. E pior, pessoas ligavam de um orelhão para os celulares dos presos. São os aparelhos que nos roubam nas ruas e chegam clandestinamente às casas de detenção.
Bom, ao longo do dia, enquanto o tempo passava, vários sentimentos me invadiram. O primeiro foi a raiva daquelas mulheres, ignorantes, mal-encaradas ali na frente, como se elas próprias, e não só seus companheiros, fossem bandidos. Elas absorvem o mesmo jeito e falam com a mesma agressividade de um criminoso. Exigiam Direitos Humanos aos seus familiares, como se aquelas pessoas presas tivessem respeitado os direitos dos que mataram, roubaram ou estupraram. Em um primeiro momento, a gente não se preocupa nem um pouco com os presos.
Depois, com um olhar mais cuidadoso, eu vi as mães daqueles homens. Mulheres pobres, sofridas, que não têm culpa do que seus filhos fizeram, nem concordam com seus atos, mas os defendem. Temem por suas vidas como se fossem pequenos garotos indefesos. Sem comer, sem dormir, elas faziam uma vigília sem fim como se assim impedissem que algo de mal acontecesse a eles. Aí a gente se compadece, sente pena daquelas pessoas. Dá até vontade de chorar com elas e por elas.
Dali em diante, veio a sensação de medo e angústia. Comecei a enxergar por perto também os familiares de reféns. Eram sobrinhos e filhos de agentes penitenciários que foram pegos pelos presos e estavam com a vida por um fio. Eles também sofriam pelos seus. Foi de partir o coração ouvir uma moça dizendo que o tio, viúvo, era policial reformado que voltou a trabalhar para fazer segurança do presídio. Mas um detalhe: quando estava na ativa ele era PM lotado no Hospital Central da Polícia Militar e desempenhava a função de técnico de raio-X, ou seja, o cara nunca participou de um conflito na rua, como a maioria dos PMs. Era mais uma vítima do sistema, que está todo errado.
Ao mesmo tempo em que eu torcia para que tudo acabasse logo, que a polícia invadisse, prendesse os líderes da rebelião, soltasse os reféns e tudo voltasse à rotina, vio à minha cabeça o exemplo do Carandiru. Lá no presídio paulista, os policiais truculentos, autorizados pelo Governador do Estado, invadiram a unidade mesmo com uma rebelião praticamente controlada e mataram desordenadamente 111 presos. Uma chacina de proporções alarmantes em que bandidos ficaram acuados, sendo metralhados sem nenhuma chance de defesa, amontoados uns por cima dos outros!
Naquele dia aprendi uma lição tanto profissional como humana. Aprendi que não há uma verdade, mas que há lados de uma sociedade ignorante, doente e desordenada. Um Estado ausente, o crime organizado e muita gente sendo absorvida por esse submundo. Crianças desde cedo vêem pais presos, convivem com a rotina dos presídios, invertendo valores. Triste, muito triste!
Hoje, com a nova política de segurança do Rio, torcemos que não só as UPPs sejam uma esperança para a população, mas que existam políticas públicas que punam com rigor, mas que também rediscutam o sistema carcerário no Brasil. Será que as prisões de segurança máxima resolvem o problema? Acho que não!
Cheguei no local às 9h e lá já estavam dezenas de mulheres: esposas, irmãs,namoradas e mães dos acusados. Como era o segundo dia de rebelião, muitas tinham passado a noite em uma pracinha em frente ao presídio à espera de notícias.
O que mais me impressionou foi o poder de comunicação dos que estavam amotinados na casa de custódia com seus familiares. As mulheres gritavam do lado de fora e eles respondiam lá de dentro. Como pode? Nunca pensei que isso fosse possível. E pior, pessoas ligavam de um orelhão para os celulares dos presos. São os aparelhos que nos roubam nas ruas e chegam clandestinamente às casas de detenção.
Bom, ao longo do dia, enquanto o tempo passava, vários sentimentos me invadiram. O primeiro foi a raiva daquelas mulheres, ignorantes, mal-encaradas ali na frente, como se elas próprias, e não só seus companheiros, fossem bandidos. Elas absorvem o mesmo jeito e falam com a mesma agressividade de um criminoso. Exigiam Direitos Humanos aos seus familiares, como se aquelas pessoas presas tivessem respeitado os direitos dos que mataram, roubaram ou estupraram. Em um primeiro momento, a gente não se preocupa nem um pouco com os presos.
Depois, com um olhar mais cuidadoso, eu vi as mães daqueles homens. Mulheres pobres, sofridas, que não têm culpa do que seus filhos fizeram, nem concordam com seus atos, mas os defendem. Temem por suas vidas como se fossem pequenos garotos indefesos. Sem comer, sem dormir, elas faziam uma vigília sem fim como se assim impedissem que algo de mal acontecesse a eles. Aí a gente se compadece, sente pena daquelas pessoas. Dá até vontade de chorar com elas e por elas.
Dali em diante, veio a sensação de medo e angústia. Comecei a enxergar por perto também os familiares de reféns. Eram sobrinhos e filhos de agentes penitenciários que foram pegos pelos presos e estavam com a vida por um fio. Eles também sofriam pelos seus. Foi de partir o coração ouvir uma moça dizendo que o tio, viúvo, era policial reformado que voltou a trabalhar para fazer segurança do presídio. Mas um detalhe: quando estava na ativa ele era PM lotado no Hospital Central da Polícia Militar e desempenhava a função de técnico de raio-X, ou seja, o cara nunca participou de um conflito na rua, como a maioria dos PMs. Era mais uma vítima do sistema, que está todo errado.
Ao mesmo tempo em que eu torcia para que tudo acabasse logo, que a polícia invadisse, prendesse os líderes da rebelião, soltasse os reféns e tudo voltasse à rotina, vio à minha cabeça o exemplo do Carandiru. Lá no presídio paulista, os policiais truculentos, autorizados pelo Governador do Estado, invadiram a unidade mesmo com uma rebelião praticamente controlada e mataram desordenadamente 111 presos. Uma chacina de proporções alarmantes em que bandidos ficaram acuados, sendo metralhados sem nenhuma chance de defesa, amontoados uns por cima dos outros!
Naquele dia aprendi uma lição tanto profissional como humana. Aprendi que não há uma verdade, mas que há lados de uma sociedade ignorante, doente e desordenada. Um Estado ausente, o crime organizado e muita gente sendo absorvida por esse submundo. Crianças desde cedo vêem pais presos, convivem com a rotina dos presídios, invertendo valores. Triste, muito triste!
Hoje, com a nova política de segurança do Rio, torcemos que não só as UPPs sejam uma esperança para a população, mas que existam políticas públicas que punam com rigor, mas que também rediscutam o sistema carcerário no Brasil. Será que as prisões de segurança máxima resolvem o problema? Acho que não!
Vida de repórter: a série
Ser repórter é algo que me dá um imenso orgulho, embora minha vida não seja mais dentro de uma redação. Neste ano, completo 15 anos de jornalismo, contabilizando tempos de estagiária e profissional. Trabalhei 10 anos em redações de alguns jornais e há cinco atuo fora delas. E desde sempre tenho sido repórter. Para comemorar a data, inauguro uma série com histórias vividas na profissão. Já havia prometido fazê-la, mas só agora realmente começo a delineá-la.
Não sou a mais experiente, nem a mais conhecida, nem a mais competente repórter, mas escrevo tais textos porque simplesmente amo o Jornalismo, embora pretenda deixá-lo em um futuro próximo. É por isso também que já começo aqui a me desapegar dessa missão para seguir outra, que provavelmente terá tantas histórias tão ou mais interessantes do que as que contarei a partir de agora.
A ideia é apenas um passatempo e recordações desse tempo bom. A série Vida de Repórter é um presente que eu estou me dando. Quem quiser se deliciar também pode chegar!
Não sou a mais experiente, nem a mais conhecida, nem a mais competente repórter, mas escrevo tais textos porque simplesmente amo o Jornalismo, embora pretenda deixá-lo em um futuro próximo. É por isso também que já começo aqui a me desapegar dessa missão para seguir outra, que provavelmente terá tantas histórias tão ou mais interessantes do que as que contarei a partir de agora.
A ideia é apenas um passatempo e recordações desse tempo bom. A série Vida de Repórter é um presente que eu estou me dando. Quem quiser se deliciar também pode chegar!
terça-feira, janeiro 04, 2011
Publicidade enganosa
A empresa PowerBalance admitiu que não há comprovações científicas de que as suas pulseirinhas de plástico com holograma trazem equilíbrio. O tal acessório virou febre no mundo inteiro e aqui no Brasil custava cerca de R$ 100. A fabricante prometeu reembolso integral para quem se sentiu lesado. Conduta digna, já que o consumidor tem todo o direito de ser ressarcido porque a publicidade da pulseira não diz a verdade.
sábado, janeiro 01, 2011
A posse de Dilma
Dilma estava bastante simpática na cerimonia de posse. Lula roubou a cena quando caiu nos bracos do povo. O mico do dia ficou por conta da cúpula da Record, que se meteu entre os governantes estrangeiros para cumprimentar a presidente. Vamos apostar em um futuro melhor para o Brasil, mas não sou daquelas que acredita no mérito de Dilma só por ser mulher. Espero que ela saiba governar simplesmente por ser justa, ética e comprometida com o povo. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos...
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